Nem tudo que reluz é ouro

Nem tudo que reluz é ouro, de JAS-One, é uma série composta por dez imagens que usa a harmonia das cores e o vocabulário do geometrismo para versar sobre aparências (ou falsas aparências); falar um pouco sobre processos artísticos e visa, também, traçar metáforas sobre a sociedade e sua complexa rede de relações.

As obras são múltiplas, produzidas digitalmente e devidamente editadas para a mostra do ExpoSesc 2022. Nesta série, o artista fala dos processos criativos em meio a outras atividades profissionais (como a gastronomia), fala das dores, das angústias e dos variados sentimentos que surgem durante o processo de construção de uma obra. JAS-One ainda levanta questionamentos como “o que seria do artista se não fosse a sua sensibilidade frente ao mundo?” e, ao produzir arte, atravessado por todas as dificuldades cotidianas e outras vivências do dia a dia, enfrenta sentimentos que pendulam entre prazer, desânimo e dor.

Assim, utiliza as formas e cores para “maquiar”, pintar e cobrir todos esses sentimentos, mascarando o, por vezes, doloroso processo de produção com a vibrante, harmônica e sublime obra de arte pronta para o espectador. Assim, adensa as reflexões sobre o interesse do público, o processo, o resultado ou a indiferença.

Seguindo nessa reflexão, estende à sociedade: como a coletividade lida com os “resultados” na esfera política? Como analisamos e tomamos decisões políticas, se muitas vezes os resultados que nos são expostos/fornecidos são maquiados, pintados harmonicamente e simetricamente estruturados para nos conduzir a um entendimento?

Essa é uma série que, a partir do abstracionismo geométrico, procura apresentar uma nova perspectiva sobre velhos e conhecidos fatos, usando a arte (ou a história da arte) como provocação poética rumo a uma sociedade, no mínimo, mais consciente de seu papel, de sua contradição (para o bem e para o mal), de sua hipocrisia e, também, de sua potência para o novo e a superação.

Autor(a) do texto: Jardel Silva, (JAS-One)

A Obra


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Biografia do artista


Jardel Silva vulgo Jas-one

Campina Grande — PB

Paraibano, graduado em gastronomia, artista visual, gravurista e arte finalista. Desenvolve trabalhos conceituais a partir de experimentos com a materialidade dos objetos e elementos. Aborda relações de violência, confrontos de ideias/ideologias e as relações sociais.

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES E PREMIAÇÕES

2021

Salão de Artes Visuais do Sesc I Sesc I João Pessoa – PB (artista premiado)

2020

Distúrbios ideológicos I Usina Cultural Energisa I João Pessoa – PB

2019

Distúrbios ideológicos I ExpoSesc I Sesc Centro — Campina Grande/PB

2016

Em Desalinho I Galeria Sem Titulo I Fortaleza -CE (coletiva)

2015

Arte SESC confluência I Paraíba

Hiatos I Ateliê Livre I Museus de Artes Assis Chateaubriand I Campina Grande/PB (coletiva)

2014

Devaneios I ExpoSesc I Sesc Centro — Campina Grande/PB